BRASILEIROS SE PREPARAM PARA ENFRENTAR UMA CRISE SEM PRECEDENTES NO PAÍS

Os chamados “preppers” ou “sobrevivencialistas” estocam alimentos, treinam com armas e planejam rotas de fugas caso o país seja atingido por um desastre natural, um apocalipse biológico ou financeiro.


Teorias sobre o fim do mundo existem às centenas. Toda hora aparece, nos noticiários, um novo motivo para que se comece a olhar para o céu, meio preocupado, meio cético. No entanto, imaginar que um meteoro de grande porte caia em alguma parte da Terra ou que um vírus – natural ou não -

dizime 99% da população não é apenas coisa para roteiristas de filmes apocalípticos. Tem muita gente que acredita – e se prepara – para o fim da humanidade como a conhecemos agora.


Os preppers – ou preparadores – também são conhecidos como sobrevivencialistas e estão em todas as partes, comprando armas e estocando comida. Há livros e sites que ensinam como se preparar para tudo. O mais novo best-seller, “Emergência – Êste Livro Vai Salvar Sua Vida”, onde o autor, o americano Neil Strauss, desenvolveu um plano de emergência para quando (e não se) a situação ficar caótica. Ex-repórter do New York Times, Strauss detalha seu plano, contando como aprendeu a manusear armas, esconder seus bens do governo, sobreviver sozinho na mata e outras situações.

O prepper pensa em tudo. Compra pilhas e baterias, estoca água – e compra produtos que ajudarão a purificar as águas poluídas pós-apocalípticas -, faz um estoque considerável de arroz, alimentos desidratados, frutas secas e enlatados. A questão é que poucos, muito poucos, admitirão que são

preppers. “A maioria não quer que os outros saibam para que, no caso do fim do mundo, ninguém apareça na casa deles querendo que divida seus estoques”, diz o proprietário da loja Costal Inteligência Afiada, Marcos Yuasa.

Vendendo todo tipo de coisas para acampamentos, cutelaria e material tático, Yuasa está acostumado com os preppers e, segundo ele, são fáceis de reconhecer: “Ele anda sempre com uma faca pequena e água”, diz. “Há várias teorias sobre como o mundo vai acabar – seja por desastres naturais, guerras bacteriológicas ou até apocalipse zumbi – mas, em todas, serão dois tipos de pessoas que sobreviverão: os organizados e os não, mas que querem viver a todo custo.”

Yuasa cita os japoneses como exemplo de preppers organizados. “No último tsunami em 2011, os japoneses se organizaram de uma forma tal que o grupo conseguiu sobreviver e voltar à vida normal.” No caso de brasileiros, ele não vê essa organização. “Acho que seria como nos filmes, onde os sobreviventes invadem e saqueiam as lojas e vão se matando por causa dos recursos.”

Estar preparado para tudo – inclusive para o fim do mundo – foi o que motivou o empresário do ramo de segurança Carlos Vinícius Franchi Brito, 24 anos, a fazer cursos de combate na selva e sobrevivência na mata. Ele não é um prepper porque não estoca produtos, mas sabe onde encontrar comida na natureza, se hidratar e como não chamar a atenção dos outros, que podem ser hostis.

“Os cursos são interessantes porque dão uma nova visão aos detalhes. Você aprende a dar valor à grama onde dorme.” Brito, que faz parte do time de airsoft Red Fox, também tem conhecimento de manuseio de armas. “Mas o curso é indicado mesmo para quem não tem conhecimentos militares.”

Alguns sites como o www.sobrevivencialista.com e o sobrevivencialismourbano.blogspot.com.br dão dicas de como se preparar para sobreviver ao fim do mundo, com orientações sobre o que e como estocar, como preparar alimentos e até como dizer “não” ao seu vizinho, amigo ou parente que diz que vai passar em sua casa – para desfrutar de suas provisões - no pós-fim do mundo.


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Adaptação: 
Daniel DeLucca

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