ERDOGAN VOLTA A PROVOCAR CRISTÃOS E REVELA SUA INTENÇÃO DE SER CALIFA DE UM NOVO IMPÉRIO ISLÂMICO

As próximas semanas serão marcadas por uma série de eventos na Turquia que podem dar novos rumos ao país. O presidente Erdogan passará por um referendo nacional no domingo (16), que poderá lhe conceder poderes maiores e deverá derrubar a laicidade do Estado.


Caso isso ocorra, na prática será como uma “ressurreição” do antigo Califado do Império Otomano. Na mesma data, cristãos do mundo todo comemoram a ressurreição de Cristo.


Outra decisão significativa do presidente turco foi fazer invocações islâmicas na sexta-feira (14), dentro da Hagia Sophia – ou Santa Sofia – que no século 6 era um dos mais importantes locais de culto cristão do mundo. Quando Istambul ainda se chamava Constantinopla, era a sede do Império Bizantino, cujo reinado cristão se estendia até Israel.


Entre 537 e 1453 o prédio abrigou uma imponente catedral, cujo nome oficial era “Igreja da Santa Sabedoria de Deus”. Com a ascensão do Império Turco Otomano, foi convertida em mesquita em 1453, tendo servido a esse propósito até 1931, quando foi fechada. Reabriu anos depois como um museu, quando a Turquia moderna foi fundada na concepção de Estado laico.

Ao reverter essa tradição antes do referendo e justamente na sexta-feira em que o calendário cristão marca o dia para lembrar da crucificação de Cristo, Erdogan envia uma mensagem muito clara para o mundo.

O anúncio causou indignação sobretudo nos cristãos ortodoxos, que tem no local uma grande parte de sua história. De fato, Hagia Sophia foi sede do Patriarcado de Constantinopla. A igreja é considerada o símbolo maior da arquitetura bizantina, e abriga muitos mosaicos cristãos famosos.

O presidente Erdoğan argumenta que a ordem para transformar o edifício em um museu foi uma farsa, seguindo um plano de diplomatas americanos. No material distribuído à imprensa, o governo alega que as orações islâmicas realizadas no local “serão um manifesto contra as Cruzadas” e um ato simbólico que marca o retorno da mesquita. Desde 2015 ele anuncia que faria isso.

O Metropolitano Anthimos, um dos líderes da Igreja Ortodoxa Grega comentou que essa é “Uma situação difícil, que se desenrola na esfera internacional. Gera ameaças, medo e insegurança … pois os nossos vizinhos da Turquia ameaçam invadir o território grego até à cidade de Kavala”.

Trata-se de uma referência as declarações dadas pelo presidente turco que deseja “recuperar” alguns lugares na Grécia que historicamente pertenceriam à Turquia.

No início do mês passado ele voltou a frisar seu desejo de restaurar o antigo território Otomano, que incluiria uma conquista de Jerusalém. Com informações de Asia News






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